Goniometria para Avaliação da Inclinação Lateral da Cabeça nas Distonias Cervicais

Goniometria para Avaliação da Inclinação Lateral da Cabeça nas Distonias Cervicais

A goniometria é um método essencial para a mensuração precisa da amplitude de movimento em diferentes articulações do corpo, sendo amplamente utilizada na avaliação física e funcional, inclusive em condições específicas como as distonias cervicais. Nesses casos, a inclinação lateral da cabeça é frequentemente comprometida devido ao aumento do tônus muscular, espasmos ou posturas anormais características dessa condição neurológica.

Importância da Avaliação

A medição da inclinação lateral da cabeça é fundamental no manejo clínico das distonias cervicais, pois fornece informações objetivas sobre a amplitude articular preservada e as restrições existentes. Esses dados permitem:

  • Avaliar a gravidade da disfunção motora.
  • Monitorar a evolução clínica ao longo de um programa de intervenção, como fisioterapia, toxina botulínica ou outras abordagens terapêuticas.
  • Personalizar estratégias de reabilitação de acordo com o comprometimento individual do paciente.
  • Documentar os resultados de intervenções para fins científicos ou médicos.

Além disso, medidas objetivas possibilitam uma comunicação mais clara entre profissionais de saúde e maior precisão na definição de metas para tratamento.

Como Realizar a Goniometria de Inclinação Lateral da Cabeça

A avaliação da inclinação lateral ocorre no plano frontal, com uma amplitude articular média que varia de 0° a 40°, conforme descrito por Marques (2003). Para garantir uma mensuração confiável, o examinador deve seguir as etapas abaixo:

  1. Posição do Paciente:
    • O paciente deve estar sentado ou em pé, preferencialmente de costas para o avaliador.
    • A coluna cervical deve estar em posição neutra, sem flexão, extensão, rotação ou elevação do ombro.
  2. Posicionamento do Goniômetro:
    • Braço fixo: Alinhe-o paralelo ao solo, no mesmo plano transverso do processo espinhoso da sétima vértebra cervical (C7).
    • Braço móvel: Após o movimento de inclinação lateral, ajuste-o ao longo da linha média da coluna cervical, direcionando-o para a protuberância occipital externa.
  3. Procedimento da Mensuração:
    • Instrua o paciente a realizar lentamente o movimento de inclinação lateral o máximo que conseguir, sem desencadear compensações.
    • Ao final do movimento, registre o ângulo formado entre o braço fixo e o braço móvel do goniômetro.
  4. Precauções Importantes:
    • Evitar compensações: Certifique-se de que o paciente não execute:
      • Flexão ou extensão do tronco.
      • Rotação ou extensão da coluna cervical.
      • Elevação dos ombros.
    • Uma estabilização adequada deve ser aplicada, se necessário, para minimizar movimentos acessórios que possam alterar a precisão da medida.

Fonte: Marques, Amélia Pasqual – Manual de goniometria

Conclusão

A avaliação da inclinação lateral da cabeça por meio da goniometria é uma ferramenta eficaz e de simples aplicação na prática clínica, desempenhando um papel crucial no manejo de pacientes com distonias cervicais. Quando realizada corretamente, proporciona informações precisas para o diagnóstico funcional e o monitoramento da resposta ao tratamento, permitindo uma abordagem mais direcionada e assertiva na reabilitação desses pacientes.

Referências Bibliográficas

Marques, Amélia Pasqual – Manual de goniometria – 2. Ed. Barueri, SP: Manole, 2003. ISBN 85-204-1627-6

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Diego Dorim

Médico Neurologista, Fundador do NToxin. Ensina médicos à exercer a prática da Toxina Botulínica Terapêutica no tratamento de doenças e sequelas neurológicas.

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